domingo, 8 de julho de 2012

Astronomia no quinto ano


Gostaria de apresentar a proposta de aula interdisciplinar que desenvolvemos em grupo - 2 colegas da Física, eu, da Biologia e uma colega da Pedagogia.
A Astronomia é um interesse em comum e um assunto fascinante! Muitos se interessam pelo que está fora do nosso mundo, e a beleza de várias imagens astronômicas é responsável pela atração de várias pessoas. Além disso, é um assunto extremamente (se é que posso quantificar) interdisciplinar! Além da física, tem a matemática, a geografia, a história, a química, a biologia, filosofia, artes...
Antes de tudo, aconteceria uma aula de caráter dialógico com as crianças (escolhemos quarta série, ou quinto ano), apresentando os planetas do sistema solar e algumas características básicas. A partir dessas características, exploraremos a possibilidade de vida nesses planetas, como os alunos imaginam seres extraterrestres e as mitologias grega e romana, que deram nomes aos planetas. Para ilustrar o assunto e relacioná-lo, pode ser utilizado o filme Hércules, da Disney. 
Planejamos também o jogo (ou gincana) da Caça ao Sol, em que os alunos procuram por caixas contendo pistas que representariam os planetas, em ordem decrescente de distância ao Sol. Ao final, todos chegariam ao "Sol" feito com bomboms ouro branco (não se prendam à marca, é só por ter embalagem amarela!)!
Também pensamos em abordar a escala dos planetas, usando imagens, vídeos e analogias.
Se quisermos incluir a investigação na área de Português, há diversos livros sobre o assunto. Um deles é escrito por Stephen Hawking e sua filha, chamado George e o segredo do universo.
Na área de Artes, os alunos poderiam construir uma maquete do sistema solar.
Enfim, há muitas possibilidades!

Tecnologias, o momento em que se inserem e suas implicações


Ontem assisti "A Fraternidade é Vermelha", cuja história depende fortemente de conversas telefônicas. Percebi como a realidade do filme - de 1994 - é(ra) diferente de hoje. As pessoas moram sozinhas, e o telefone representa a interação mais intensa que se tem com alguém que não esteja fisicamente presente. O período de uma ligação é curto, o que dá um jeito diferente à conversa. Hoje, parecemos estar sempre conectados (esse aspecto é abordado em Homo zappiens - educando na era digital*). Vejo exemplos extremos nas ruas, de gente que não se solta de seus fios, não abandona seus aparelhos para voltar-se à realidade física. Afinal, no que eles estão presos? A vida "física" (para problematizar a validade de se considerar o virtual como "real") perdeu sua importância? Parece-me que, com as novas tecnologias, tudo agora acontece pelo faz-de-conta. Cada vez mais vamos rumo à possibilidade de sempre ter acesso a qualquer pessoa , mas não estamos na verdade nos distanciando? Esquecemos dos gestos, ignoramos os trejeitos, reduzimos de boa vontade a interação física e todos seus detalhes à comunicação unicamente virtual, onde a mensagem deve ser mais direta. De quanta coisa nos privamos ao decidir comunicar-nos por internet quando é possível ser ao vivo?
E nosso corpo? A mídia estipula o modelo desejável, marginalizando qualquer outro diferente, e tentamos obsessivamente nos encaixar nele. Vamos à academia e lá ficamos isolados por nossos fones ou hipnotizados pela televisão. Não nos incentivam a conhecer nós mesmos, incluindo nosso corpo. Cada um tem suas individualidades (o que a mídia - e os infectados por ela - parece ter esquecido); restrições e possibilidades diferentes. Claro que haverá sofrimento para muitos para se encaixar no estipulado. E depois de alcançar esse ideal? Divulgamos na internet. Exibimos. Todos precisam ver como eu sou melhor por ter conseguido ficar assim. E mesmo ao vivo - cultivamos a cultura das aparências, sem sinceridade alguma. E a que preço? Afinal, para onde estamos rumando?!
E as experimentações? A reportagem das realidades contrastantes mostra crianças altamente dependentes de tecnologia. A pedagoga entrevistada alega que outros meios são usados ("livros, jornais, revistas", com hesitação), mas é possível notar claramente o abuso do eletrônico/digital, e sem inovação. A tecnologia simplesmente substitui outros materiais, sem mudar a abordagem da educação. Crianças desenhando em tablets?? Digam, o contato com o lápis (eu sempre adorei o cheiro de giz de cera), a experimentação de pressões diferentes para obter diversos tons, a mistura de cores, a liberdade de pintar onde quiser (sem ser restrito à tela do tablet) são dispensáveis? Não contribuem para o desenvolvimento da criança? E não gastarão menos recursos? Não precisamos usar uma cadeia de produção inteira e eletricidade em tudo que fazemos. Muita gente precisa se dar conta disso. O simples, mas sincero, muitas vezes é a melhor opção.



*Homo zappiens: educando na era digital. Veen, W.; Vrakking. Porto Alegre: Artmed, 2009.
 Não que as ideias do livro devam ser seguidas cegamente, mas é dado um bom panorama como introdução ao assunto de como as pessoas (principalmente as crianças) estão encarando o mundo de forma diferente.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

As tecnologias de informação e comunicação em minha trajetória pessoal

É estranho pensar na minha vida sem algumas tecnologias, pois parecem existir desde que consigo me lembrar. São diversos eletrônicos com os quais convivi desde pequena, e a inserção de novidades pareceu natural. O que mudou foi o modo de utilizá-las.
Que me lembre, utilizo computador desde uns oito, nove anos. Na quarta série eu já entregava trabalhos impressos, que só aconteciam quando a minha colega que mexia no computador mais frequentemente fazia. Logo eu comecei a explorar os recursos do computador. Dava para colocar muitas figuras no Word! Em certo momento, adquiri o hábito com essa mesma colega de trocar DISQUETES com power points muito enfeitados. Eram impressionantes todos os efeitos possíveis. Acho que todo o colorido empolgado e vontade de usar recursos dessa minha amiga vieram de sua mãe professora. A partir daí comecei a brincar com o paint e word. Vários dos materiais do "clube" referido na minha primeira postagem eram feitos no computador.
Depois da quarta série, tornou-se comum fazer trabalhos digitados, nos quais eu abusava dos enfeites. Alguns professores, porém, não aceitavam trabalhos feitos no computador. Dou alguma razão a eles, já que disseminavam-se os trabalhos copiados da internet e que fazendo à mão a atenção tende a ser maior. Inclusive meus trabalhos manuscritos eram muito mais bonitos! Em uma ocasião, a professora de ciências explorou a tecnologia retroprojetora; nosso trabalho era fazer lâminas. E eu achei muito divertido aquela coisa diferente e que me apresentou as canetas que escrevem no plástico.
Acessando a internet, continuei em busca das figuras bonitas e depois de algum tempo fui introduzida ao mundo dos blogs. Era onde eu reunia minhas influências e um meio alternativo para desenvolver a escrita e comunicação.
Enfim, toda "nova tecnologia" pode atrair os alunos apenas pela novidade que é. Cabe aos professores mostrar aos alunos como utilizá-las de modo produtivo.
(Pessoalmente, gosto de continuar usando algumas tecnologias antigas...)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

mas, afinal...?

Abordando diretamente, então, a questão da identidade. A discussão me lembrou o quão difícil é o assunto.
Abaixo, o mapa conceitual sobre o texto Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual, de Kathryn Woodward.

Segundo a autora e dentro da minha compreensão... 
A identidade é relacional - uma identidade se estabelece em contraste a coisas alheias a ela. Daí pode-se dizer que a diferença é que permite a existência de "identidade". Afinal, só é possível reconhecer-se como individual se não se sente igual ao resto.
Duas correntes sobre a natureza da identidade podem ser distinguidas. O essencialismo acredita que exista algo de "inerente" e imutável em cada identidade. Essa crença é utilizada por grupos dos "novos movimentos sociais", frequentemente buscando apoio no passado histórico ou em informações biológicas. O não-essencialismo, por sua vez, foca nas diferenças entre os grupos e nas mudanças pelas quais uma identidade pode passar ao longo do tempo.
Sistemas classificatórios estabelecem princípios de diferença que dividem grupos, e com isso são produzidos os significados. Esses significados são afirmados no cotidiano e acabam por ordenar a vida social. As pessoas enquadram-se em alguma dessas categorias de diferença e isso contribui para o estabelecimento da identidade. A contribuição do social acontece por ser um fator potencialmente restritivo à decisão (consciente ou não) de uma pessoa quanto à categoria a se encaixar.

Questões inevitáveis
Não seria mais urgente definir "identidade" antes de estabelecer suas características? No grupo de discussão em aula, levantou-se a questão do papel das características inatas da identidade. Certamente não nascemos com a nossa, ainda mais se, como eu acho que a autora expõe corretamente, temos mais de uma identidade e estas estão sujeitas a reconstruções constantes. Na minha visão confusa, cada identidade é um papel que assumimos em determinado momento, o resultado do que somos e de onde vivemos. Tendo a juntar elementos da perspectiva essencialista à não-essencialista. Que me lembre, a professora Nádie falou que não acredita em uma diferenciação biológica entre as pessoas a ponto de estabelecer diferenças reais entre elas, ou grupos efetivamente delimitados... Gostaria que ela reforçasse sua opinião (ou corrigisse minha interpretação dela). A identificação com uma certa identidade (por exemplo, feministas) apelaria, entre outros, ao instinto maternal característico às mulheres. Se não me engano, a professora citou esse exemplo. Nota-se que nem todas as mulheres expressam instinto maternal, mas essas devem ser exceções, já que o instinto maternal foi selecionado evolutivamente. Comumente, as mulheres são menores que os homens, que, desde muito tempo atrás, assumiram a atividade de defesa e busca de alimentos. As mães que cuidaram melhor de seus filhos conseguiram mantê-los vivos e passaram, talvez geneticamente, seus instintos maternais a eles. Essa característica confere sucesso aos indivíduos e por isso é mantida. É um embasamento biológico, uma explicação, mas não necessariamente uma justificativa para a submissão das mulheres. Sendo, porém, uma característica que existe, é possível utilizá-la no processo de identificação. Todas as mulheres, a princípio, tem a capacidade de gerar vidas em seus ventres, logo, todas as mulheres poderiam me entender em algum momento e vou querer trocar figurinhas com elas e acabar gostando muito delas e ser influenciada por elas. Por isso acho que as identidades não são completamente estabelecidas pelo cultural. Ninguém pode assumir qualquer identidade. O "inato" restringiria nosso leque de possíveis identidades.
O texto fala muito de grupos de indentidades - os sérvios, os negros, as mulheres, os fulaninhos. Essa coisa de categorias onde as pessoas são encaixadas cria uma falsa homogeneidade. Poderíamos falar em grandes grupos, cada um com uma gama de potenciais influências às identidades. Nem todos os estímulos são incorporados, ou incorporados da mesma forma. Assumindo que cada um tem sua porção de inatismo constituindo a identidade, nenhuma identidade é igual à outra. E o "mundo contemporâneo" apenas tem se permitido aceitar enxergar isso - consequência do processo de deslocamento. Os estudantes de história que perdoem se minha concepção estiver equivocada, mas me parece que uma princesa medieval, por exemplo, não tinha muita escolha quanto a identidade a assumir.
Por definição, princesinhas deveriam manter-se reclusas e comportadas esperando casar-se com o homem a quem seus pais lhe prometeram. Hoje somos convidados a participar de diversos grupos e assumir diversas posições.

domingo, 25 de março de 2012

Buscando um começo? Ou resgatando o começo?

(começando) A apresentação
Saudações! Devo dizer que gostei muito da idéia de ter um blog (novamente). Suspeito que eu vá me expor mais do que gostaria, já que a escrita é o meio pelo qual eu mais sei me expressar (portanto eu costumo me empolgar).
Não gostei muito da idéia de fazer uma apresentação teoricamente completa e sintética sobre mim. É muito mais interessante me conhecerem pelo que vou escrever a partir de agora ;]
A justificativa (?)
Estou dando (talvez nas próximas postagens a utilização desse tempo verbal seja explicada) muita importância ao começo. O começo, afinal, é imprescindível e pode conter a explicação para muito do processo. Além disso, o começo é importante por representar a concretização de algo, muito mais que o final. É aquela coisa de vencer a inércia... o final seria apenas uma conseqüência natural do começo. Esse é o símbolo de superação, a transposição do abstrato para o concreto. Exagerei na justificação do endereço do blog? Ou ainda precisa mais?
A questão da docência
O que faz alguém tornar-se/querer ser professor? Especificamente, o que infuenciou meu desejo de ser professora? É claro que nesse texto não vai ser esgotada a explicação, mas vou descrever sentimentos e exemplificar com alguns aspectos do meu passado para tentar entender um pouco as origens.
Sempre gostei de saber. Sempre. Saber, compreender algo é libertador, me tranquiliza e alivia muito. Não achar a conexão das coisas dá aquela sensação de grave incômodo de estar faltando algo, de ser deixada para trás, solitária. E todos os "algos" são importantes.
Quando eu entendo, fico tão feliz que sinto a necessidade de espalhar esse entendimento. Mais pessoas devem ter contato com essa maravilha que é a situação se encaixando, bem bonitinha! Acho que essa característica justifica bem minha vontade de ser professora.
E tanto sempre foi assim que, desde pequena, pelo menos com uns sete anos, eu brincava de ser professora. Adorei ter ganhado um quadro negro! Eu podia virar a mesma que qualquer uma de minhas professoras (que sempre eram pessoas muito adoráveis), e ainda ensinar do jeito que eu quisesse. Um pouco mais adiantada no colégio, eu frequentemente ensinava o que aprendia nas aulas. Cheguei até mesmo a fundar um clubinho (digamos, fracassado - tinha duas amigas minhas como sócias) pelo qual eu criava materiais que falavam de vários assuntos e traziam exercícios e jogos sobre eles; mas é importante dizer que nunca levei muito adiante. Também sempre gostei de escrever, criava histórias e adaptava livros (por exemplo um sobre mamíferos que eu tinha), reeditando-os. É muita vontade de transformar o conhecimento de um jeito que eu entenda! De um tempo pra cá, porém, passei a me reprimir mais e minha produção artística/didática diminuiu consideravelmente. Quero muito recuperar e aprimorar essa minha tendência de mexer e tentar de tudo. Aprimorar aqui também quer dizer "ter mais persistência para continuar com cada projeto".
explicação de menor importância
Minha intenção é tentar colocar a cada post uma imagem, para ampliar as formas de percepção quanto ao que eu quis exprimir. Nesse eu tinha pensado em uma parte de um caderno (dentre os muitos) em que eu tinha escrito, com uns dez anos, bem colorido, o que eu pretendia da minha vida. Desde lá que me acompanha esse tipo de dúvida! Eu queria ser professora. Como eu conciliaria isso com o exercício da biologia pura? Exercer a biologia pura, no caso, era "salvar o mundo", "trabalhar no greenpeace, wwf ou algo assim". Que bom que, agora que entrei na faculdade, já tenho uma ideia melhor das possibilidades. Ou será que não? Além de salvar o mundo e ser professora, tem muitas outras coisas legais que dá pra fazer!! Enfim, fui revirar minhas coisas a procura do tal caderno. Porque eu guardo muita bugiganga (nossa, que palavra feia é essa?), eu gosto de remexer no meu passado. Ele pode me ajudar a esclarecer muitas coisas! Achei outros, mas não aquele. Juro que, se eu achar, posto aqui.
Representando o cuidado. Com o ambiente, com o que tenta florescer. (eu no lugar em que passei grande parte da minha infância)